Os pensamentos de um ateu, improviso....
Sem Corpo, Sem Mente
Não há nada em que acreditar. Não há conforto neste mundo e a primeira regra que necessitas de saber, meu filho, é que o mundo gira sobre o seu eixo, independente de ti. Não há nada que irás fazer que não esteja escrito. O destino não existe e tal como a realidade é relativa desde o momento passado. Mas mesmo na sua inexistência, está escrito (e será escrito) tu não és. Aceita.
Eu morro porque sei que morro. Apenas definho porque perdi-me por um figmento da minha imaginação. Prendi-me apenas por mim. Não há nada aqui. Não há quem me proteja de mim mesmo e como tal fujo-me num tempo indefinido encerrado dentro de eu próprio. A eterna questão do ego, o raciocínio fracturado da louca espontaneidade. A loucura é a esperança dos pobres e a raiva é o sonho dos privilegiados e assim deixa que a tua raiva te consuma meu filho, tal como a minha me consumiu. E eu não irei renascer das cinzas da minha ingratidão.
Deus não existe. A justiça não existe. O amor não existe. Apenas acredita que nada és e nada sabes. Um dia irás morrer e o mundo não irá notar. Vais ser pó e vais ser esquecido e quando tudo findar, tu não és ninguém. Nunca foste nem nunca serás.
David João