- Viva!
- Sinto-me como o céu. Alma derramada, vivo acima de todas as almas, contemplam-me, mas nenhuma me visita...
- Sou solitário, sim.
- Mas, sobretudo, sou paranóico! sou triste, sou sozinho! Estou sempre no limite, vivo desgraçado e sou... sou o céu...sim.
- Sinto tudo frio e sinto-me frio. Poderia estar quente e aquecer, mas não posso responder nem agir por ninguém! Se o pudesse... E acordo sempre, lentamente, entre sonhos intermitentes.
- Adoro a minha manta. Sentado e, tapado no parapeito da janela, à mercê do sono que ali desposo, vêem a mim sonhos de cinzeleiro e pintor. O aroma a hortelã e mel pairam e acordo... e a manta dá-me asas e o chão fica longe... Hum!
- Egoísta... ter asas não é qualquer coisa que se partilhe. Elas conquistam-se, isso sim! Só aceito voar se levar alguém nelas protegido, nunca só. E o egoísmo nunca me foi pregado, não o sei!
- Cale-se!! Dê um passo atrás e pare com o inferno que está a atear em mim! Já!
- Não ouço nunca mais, não acordo nunca mais, porque nada tenho a ouvir e a admirar uma vez mais.
- Não consigo ignorar os meus traidores... nem acordado! Porquê?... oh... porquê?
- Porque o meu amor não foi suficiente para fomentar a vossa pena! Será? É isso? Ah, não... não!
- Quando está agora o céu rendilhado de chuva, tenho eu de estar radiante? Eu não sou o céu! E alguém me olha? Eu! Aqui!... olá?... não!... não...
- Sim, olá! Sou eu quem está debaixo da manta! Sim, estou bem, Suficientemente bem Olá!
Gonçalo Julião, Nº3, 11º12
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