Ó doce composto orgânico a quem eu gosto de chamar amante,
Doce, doce mas docinha Odalisca…
Os teus olhos são como globos gelatinosos
As orelhas como plataformas de anfiteatros gregos
Ou talvez como a mais fina porcelana chinesa
Pratos de sopa redondos e vermelhos.
Os teus dentes são a mó do moinho
Moendo, moendo, moendo…
Moendo, muito molemente toda a morfologia do que se moí.
E Deus sabe que quem moí me dói…
Dói-me porque me mói… Mói com os dentes.
Moendo…
Obesamente mórbida me pesa a tua vista
Tão intoxicante quanto o aroma do monturo aziago
Extraído do fel de um mais-que-recém-falecido …
Saber, coitada, que te cinges a mim por deficiência intelectual
(Eu, que me cinjo a ti por distúrbio hormonal para além de mental)
E nada mais tens que um imberbe mancebo pleonástico e nefasto como o que se te apresenta…
“Os teus cabelos lembram o feitio de seda e o cheiro produzido pelos que a fabricam”
Penso eu enquanto cheiro a madeixa que me ofereceste no outro dia
Deixando estrategicamente a tua cabeça repousada na almofada
Fingindo que dormias, de modo a eu poder remove-la do teu maravilhoso escalpe
Sem necessitar de qualquer tipo de persuasor mais inorgânico.
Deleitoso e lúbrico é o onirismo do teu violino de pulso de amargura
Que eu oiço pela minha janela enquanto arengo enfaticamente
Glóbulos líquidos rasgam a minha face enquanto te fruo
Sem pejo e pudor, pedante perante o repto da tua fechadura
Jazendo, miro através da mira a mói que mói a dor que me dói…
Odalisca, doce Odalisca bela, perdida na arquitectura vizinha,
Salvar-te-ia, e serias minha.
Não estivesse eu preso nesta cela d’asilo...
Benard LeChien
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