Chove. E pára. Aquela chuva de fios de nylon diagonais, tão leve que o vento empurra só com o querer. O lugar é o mesmo, exactamente o mesmo, a época semelhante, as mesmas personagens. Sensação de dejàvu, presságio comprovado. Devia-se acreditar mais nos instintos.
Tempo cíclico, talvez. Chego primeiro, espero o tempo habitual, aí vem como de costume. Não se faz nada, temos de arranjar pessoas, mais animação, socializar. Tudo idêntico e no entanto já houve tanta história por detrás deste presente tão passado. E na realidade isso nota-se, no conteúdo das conversas, que são o mais efémero.
O tabuleiro completa-se: todos os peões em jogo. É a vez de jogarem os peões um e dois. Por favor, meus senhores, podem avançar duas casas, apenas dois metros de distância. Agora está tudo pronto. Preparados? Pergunta retórica apenas, não muda nada se não estivermos, no fundo estamos sempre…natureza humana. E por falar em natureza, aí está ela a completar mais um ciclo, a rodopiar em volta do tabuleiro com a sua respiração sufocante de seres atarefados numa missão que não pode esperar.
Novo ciclo, novo tabuleiro, mais cartas na mesa. O que está lá é o que tem de estar, nada sobeja, tudo e naturalmente necessário, até o espaço em branco que não se sabe como preencher. Guardo-o no bolso para mais tarde. Olho o tabuleiro, reparo que os anjos da guarda voltaram das férias (Um pouco entorpecidos, é certo…). Agora é só ler as instruções.
Chove, com mais força agora. De vez em quando pára. Aguardemos o bom tempo.
Silvie
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