Mais um. Um segundo apenas. É pouco? É muito? Um segundo. Um e outro, e outro, e quando vemos já é um minuto, uma hora, um ano.
Amanhã! Tenho tempo. Qual amanhã? Há tantos amanhãs em cada um destes segundos. E já passou, já foi, nós ficámos e não fizemos nada. Espectadores do espectáculo dos segundos. Vemo-los, tais como formiga trabalhadoras, sempre atarefadas, de um lado para o outro. Vão umas, vêm outras e são todas a mesma. Há apenas uma formiga, talvez... Nós é que bebemos demais. Culpados somos nós de as contemplarmos de cima da nossa torre de altivismo, de ficarmos nauseantemente embriagados da correria delas, ao ponto e pensarmos que somos nós a correr.
É o sono. Quem nos mandou termos sono a esta hora sem horas? Correr para onde? Se querem que corramos ao menos dêem-nos um mapa!
Posso correr até ao horizonte se souber o caminho. Querem que corramos…quem quer sou eu. Na realidade tanto faz que corra ou que pare, que fale ou me mantenha apática. Tanto faz.
Não acabo esta equação. Sei a fórmula mas estaquei no -x. As incógnitas são sempre um problema! Posso-me ter enganado no início da conta, mas agora também não vou apagar, posso não conseguir voltar até aqui. Acho que compliquei demais. Quem não complica? Jogos, problemas, estratégias, mentiras, disfarces, adivinhas…
Um dia vou jogar batalha naval com um segundo qualquer e levar a sorte à falência. No dia que chegar ao horizonte, onde dormitam levemente os arco-íris e para onde todo o tempo deve correr. Devem estar lá todos. Nesse dia… tenho tempo.
Sílvie
. 091009
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. K.O.ALA
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. Onanismo
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