Muitos jovens "pouco ou nada se interessam em saber mais sobre o que a Literatura lhes pode transmitir. Independentemente do curso, lêem as obras que têm de ler porque assim o são obrigados, não sentem gosto quando o fazem, não tiram proveito daquilo que podem aprender ao ler um livro.
O desinteresse resulta dos preconceitos criados à volta dos livros, ou melhor, do acto de ler. Entrámos na era em que tudo é igual, em que imitamos o que o outro faz não porque tem sentido ou valor, mas sim porque temos de o fazer. Queremos-nos destacar tão desesperadamente ao tentarmos ser diferentes que acabamos por ser iguais. Em busca da distinção, da importância e da reputação que nos escapam, caímos todos no mesmo buraco, com o mesmo destino. O mesmo se aplica à leitura. Fizeram dela algo tão “desinteressante”, tão pouco importante nos dias de hoje que, às vezes, até acreditamos nessa mentira. Perdeu-se o costume de ler. Porque os que nos rodeiam não lêem, também não o vamos fazer – uma perda de tempo... A Era do Porque-O-Outro-Tem-Eu-Também-Tenho-De-Ter. A Era do Porque-O-Outro-Faz-Também-Tenho-De-Fazer. A Era da Igualdade, uma era que me assusta, sinceramente...
Quando penso em leitura, vêm-me à cabeça obras literárias, jornais, leituras que nos ensinam algo de valor, que nos despertam interesse ou que acabamos por absolutamente detestar. Dizem que é dos livros que menos valorizamos que retiramos as melhores lições, nem que nos sirvam como orientação para aquilo que apreciamos ler.
Dos livros que até este momento explorei, retive, de cada um, uma visão diferente, um mundo particular, uma mensagem que só a esse livro pertence. Se essa mensagem me influenciou como pessoa ou na minha maneira de pensar, ainda não sei.
Porém, ter a oportunidade de entrar em contacto com conhecimentos que antes não tinha, de descobrir realidades que só existem em ficção é algo que considero extraordinário. Transporta-me para outra dimensão..." Uma dimensão bem melhor do que esta em que vivo.
D-Furikuri *
P.S.: O texto é um excerto de uma história que estou a escrever, daí as aspas.
Sinto o impasse, a terra vibra debaixo dos meus pés. O vento sopra lentamente, deixando rastos de pó a oscilarem na baixa superfície do chão. Os deuses lançaram as últimas profecias. A viagem chegou ao fim. Até que enfim.
Caminho em direcção a nada, o meu horizonte são as torres que se levantam até ao céu, perfurando as leves nuvens imaginárias. Ao longo do trilho que vou traçando, os meus passos deixam marcas distintas, mas perecíveis. Sempre foi assim, não foi? Penso ter fabricado algo útil e implentado ideias concretas e fortes no outro mundo. Não obstante a sua influência, acabam sempre por desaparecer. Por perecer. Como tudo no outro mundo.
Deixei tudo para trás ou tudo é que se apagou atrás de mim? Não vejo razão para voltar, pois não tenho sítio para onde ir. Nada existe mais. A paz que se sente aqui não é humana e talvez por isso seja paz. Nunca conheci harmonia enquanto humano. Frequentemente a busquei, tendo falhado nas minhas tentativas. Não me arrependo dessa busca porque ela levou-me até aqui. Embora desconheça onde estou, sinto que este é o lugar onde devo estar. Não existem contradições, não existem dúvidas. Não existe vida.
Páro. Uma força estranha bloqueia todos os meus movimentos. Os grãos de areia levantam-se do chão e formam uma corrente circular à minha volta, sendo eu o centro. Uma cortina de pensamentos cai sobre mim, conduzindo-me pelas memórias da vida que foi e que tive e sugando-as uma a uma, até que toda a minha consciência sucumbe. Volto ao estado mais elementar: a alma.
Não me lembro de nenhum ínfimo pormenor do que fui. Também não sei o que serei. Continuo o meu caminho enquando formas e contornos me atravessam os lados, transmitindo-me mensagens de esperança.
Cheguei ao meu horizonte, as torres são mais altas e sumptuosas do que imaginava. Das janelas semelhantes, libertam-se espíritos de todos os géneros e de todos os tipos. Brevemente serei um deles.
Os portões abrem-se e escutam-se vozes dissimuladas que se cruzam entre si.
“Partiste tempo a mais à descoberta da Humanidade. Viste coisas belas, mas também demasiado cruéis. Vemos que voltaste aonde melhor pertences. Damos-te de novo as boas-vindas ao teu lugar de origem: o Desconhecido.”
César Luís Aca
(A.K.A. Dani-ela)
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