Do bailar da noite nasce vão, verde na escuridão.
E a noite cresce na direcção das estrelas radiantes de desejo, de cores purpurinas. Capaz de sentir a altura e as vertigens e a carícia surpreendente das “veludas” nuvens, obscurecendo, do estame ao núcleo, a fragilizada criação…
Vem o azul afogado, seguido do mesclado de crepúsculo; o rosa corado de elogio; o laranja ambição; aquele púrpura desvanecido tão sublime; o vermelho fervente e o amarelo que deu cor ao rebento. O demais à volta deste espectáculo eram nuvens que sustentam luzes angelicais e o maravilhoso som de harpa vindo dos campos de linho, e o sopro de flauta muda a dirigir o coro dos campos secos de trigo.
E virá acordar, assim, o dia, o rebento que nasceu do sopro do coração.
Vem espalhar a brisa matinal, o despertar solar e prosperou num fascínio incontrolável. O primeiro raio de sol a atingir a pétala da linda flor, nascida do palco da noite, fez evaporar o orvalho e incendiou o amarelo da sua corola. Júbilo foi o que a fez ferver. Como uma criança, seguiu o calor e a luz para todo o lado, até que o doce crepúsculo secou o seu pedaço de terra.
Cá está o belíssimo espectáculo de embalar; reparador, constrói a ânsia obcecada.
Sol! Pura obsessão.
Amoroso! que funesto o brilho que te beija, o perfume que irradia em ti o desejo…
E desce do céu um corpo longo, estreito e recortado, com asas roídas, e desfaz-se. A bela rosa negra desfolha-se e à luz do perpétuo luar, drapeja no ar, pela corrente prisioneira, poisa sobre a inocência virgem e junta-se a esta terra de agonia. Do luto do amor, formam-se ramificações espinhosas de rendição, prendendo-o assim à noite pesada e fria.
04/10/06.
Gonçalo Julião.
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