- Então, já estás melhor?
- Talvez.
- Hum… Já sararam?
- O quê?
- As tuas feridas.
- Talvez, se ninguém as vier abrir.
- Voltar a abrir, queres tu dizer.
- Como queiras.
- Tem-lo visto?
- Não.
- Porquê?
- Não me apetece.
- Não te apetece?!
- Não.
- Devia-te apetecer.
- Ai devia?
- Sim.
- Hum… Tanto faz.
- Não perguntas porquê?
- Não preciso da resposta.
- Está bem.
- Hum.
- Mas porque é…
- Não quero.
- É simplesmente…
- Não preciso.
- Só tens de…
- Não vale a pena.
- Está bem.
- Pois está.
- Sim… Quer dizer, não custava nada…
- Não insistas! Porque é que não te calas com a porcaria desse assunto?
- Porque tu não estás bem, precisas de falar com ele.
- Não, não preciso.
- Porque não?!
- Porque acabou.
- Mas tu és importante para ele. Não só para ele, mas também para…
- Era importante.
- Sim, eras importante para ele, mas para mim continuas a ser importante.
- Também és importante para mim.
- Tenho saudades tuas.
- E eu tuas.
- Eu… Preciso de te dizer algo… Eu… Eu gosto de…
- Não digas isso, por favor.
- Já sabes.
- Sei.
- E?
- Não sinto o mesmo. Desculpa.
- Não faz mal.
- Faz. Vou-me embora.
- Não vás.
E ela não foi. Ficaram os dois ali, num indeterminado espaço e tempo. Ficaram ali a olhar para o vazio que enchia aquele sítio. A luz do sol batia quente nas suas faces e nada mais sentiam. Numa conversa disseram tudo o que queriam dizer e, simultaneamente, deixaram escapar a oportunidade para dizer o que realmente queriam dizer, ele mais que ela…
D-Furikuri ; )
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