Corres. Corres pausadamente.
Respiras. O ar invade-te pelo nariz e abandona-te pela boca. Inspiras, expiras. Inspiras, expiras. Respiras.
Corres. Corres com passos lentos. Cada passo bate no chão com a mesma lentidão com que o ponteiro marca as horas. Tic... Tac.
Ouves música. Tens um aparelho electrónico no bolso direito do teu casaco. Ouves uma música calma, serena, triste e melancólica que te faz concentrar na tua corrida.
Corres. Não te esqueces que corres. Mas lenta e vagarosamente. Quase que adormeces, se não fosse o teu instinto de corrida mais forte do que tudo o resto.
Observas. As tuas calças de fato-de-treino são azuis, mas notas que não são de um azul tão real como o azul do céu. Aquele azul que queres atingir, mas que sabes que, na realidade, é inatingível. Observas as nuvens. Vai chover.
Corres. A chuva começa a cair. Cada minúscula gota beija um respectivo poro da tua face. Já estás molhada. No entanto, continuas a correr. Sempre em frente. Nem sequer olhas para trás. Passaste por casas, passaste por árvores, passaste por campos desertos dum verde imenso, passaste por cidades dum imenso negro, passaste por tempestades, passaste por alegrias, passaste por tristezas, passaste por montanhas e planícies, passaste por mares e rios, passaste por fome e morte, passaste por amor e vida, passaste por bem e por mal, passaste por Tudo e por Nada. Mas continuas a correr.
Corres. Corres pausadamente à chuva. Corres… A corrida da Vida.
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