“Textos… Pedem-me textos! Se querem textos, eles que escrevam!”
Frase típica de alguém frustrado que não encontra inspiração nem jeito nem sequer paciência para escrever.
Sim, alguém que procura aquela luzinha que não encontra.
Não, não é alguém que escreve com facilidade. Ou então escreve, mas as linhas da folha estão sempre tortas ou as letras saem distorcidas: “Porcaria de material! Querem que eu escreva, mas não fornecem material de jeito! Porcaria!”. Não, a culpa nunca é do autor (escritor, se quiserem).
Sim, considera-se uma pessoa calma, elegante, culta, mas relativamente angustiada: não escreve há, digamos que, tempo suficiente para que a conta bancária seja ligeiramente afectada.
“Porque raio escolhi ser escritora? Podia ter ido para o Jet7, mas não! Oh, bela da Literatura! Ui, é uma festa! Escritora! Por amor d’Algo Divino, Zélia! Oh, Zélia, porque foste escolher ser escritora?”
Já se encontra em histeria extrema, angústia até não poder mais.
Olha para o relógio. Tic, tac, tic, tac… TIC, TAC!
“Cala-te!”. Frustração até ao ponto que atira o telemóvel contra o relógio, partindo não só ambos os objectos, mas também o dedo mindinho da sua mão esquerda porque entretanto, no movimento brusco do lançamento a seis metros, bateu com ela na mesa e, podemos afirmar que com bastante força.
“Argh! Credo! O meu telemóvel! Isso, Zélia, parte tudo que é para ver se não chegas à tua conta bancária com uma vassoura para varrer o dinheirinho todo que te resta, com o propósito de pagar à pessoa que te vai arranjar o mobile e, já agora, de comprar um novo relógio… Preciso de ir às compras”. Mas, e o dedo? Qual dedo, qual quê! O que interessa são os seus bens pessoais e materiais…
“Hum… Sinto uma certa dor no meu dedo mindinho… Espera, deixa cá ver… AU! Pronto, perfeito! Lindo, extravagante! Beautiful! Estou com o dedo partidinho! Beleza! Era só o que faltava! Como é que eu vou escrever agora? Não dá! Assim não dá! Recuso-me a trabalhar nestas condições! RE-CU-SO-ME!”. É de realçar que a jovem mulher escreve com a mão direita, não com a mão esquerda; é destra, não canhota. Não escreve com a mão esquerda, escreve com a mão direita. Escreve com a mão DIREITA, não com a esquerda. Por exemplo, escrever com a mão direita é quando não se escreve com a esquerda. Percebem, certo? D-I-R-E-I-T-A. Mão direita, exactamente... Percebem.
“Ai, cruzes credo! Estou cansadérrima de pensar no que escrever… Tenho de ir à manicure, lá, para além das unhas, também devem arranjar ossinhos partidos… Depois tenho de ir ao Colombo a ver se encontro o novo modelo da Casio, aquele relógio é lindérrimo!”. Então, e o livro que tem ser editado para a semana? O prazo da entrega do texto é depois de amanhã…
“Bem, quanto ao livro, copia-se um excerto do livro que lancei há uma semana atrás, mais um bocadinho daquele meu livro que é uma pseudo-cópia do outro livro que editei há umas semanas que, por sua vez, também tem passagens do meu outro livro de há uns meses atrás. Sim, penso que são livros suficientes para escrever aquele que vou editar para a semana. Trabalho feito!”
O que aconteceu à Literatura Genuína?
É caso para dizer que quem escreve por escrever, que se dedique a outra coisa!
Quando se escreve, tem de ser por gosto, por paixão. É através das palavras que se sente o verdadeiro trabalho, que se revela o verdadeiro sentimento. Não escrevam simplesmente porque é preciso ou porque vos pedem. Escrevam porque gostam.
Nada há mais bonito e mais simples do que Literatura Verdadeira, Genuína e Sentida, mesmo que sejamos pequenos escritores ou que nem isso sejamos considerados.
Continuemos a dar asas à nossa imaginação, aos nossos sentimentos e às nossas palavras… Escrevam, my friends, sempre que vos apeteça…
D-Furikuri =)
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